domingo, 25 de novembro de 2018

GAIOLA DA LÁBIA




















Na aspereza da língua
As feras se estranham
No ancoradouro dos sonhos
os dissabores margeiam
banalizados por avessos abissais
Uma criança dorme
em um canto vazio,
As demências dão léguas
ávidos dinossauros...
Alargo os cantos da boca
E projeto as presas
com amontoados de letras
que dessorem os sentires 
das falácias
dos conservadores
desavergonhados
de o verbo. 
O aparato dos saltos 
é o barato da vez
O sapato que aperta
O calço em falho 
Na miopia estrábica
De o sonho que pesa 
Em mundo de imundos
que se esconde,
se escondem esnobes,
dês -nobres
Não piscam avisos reflexos
Enquanto avulso
um sorriso morre,
Outro, talvez meio infante
Para a luz do teu rosto
se projeta
mas é o seu peito que foca
e ainda que descrente, 
almejo a volta da fé
que nos acorde... 
*
*Vera Lúcia Bezerra
Pagina do Escritor: Recanto das Letras
https://www.recantodasletras.com.br/poesias/6511909
Imagem: Google

sábado, 3 de março de 2018

JOGO LIMPO




















O lobo ainda é fera
dito assim para que antes
que lhe sangre a pele
debande a via.
Não há meio termo
independe,
Nem garantia de nada...
Seguir.
Há uma selva se não em nós
onde mais por assentir?
Presa fácil esquivando a barriga
numa tentativa frustrada escapar
do ósseo, tentáculos da mente...
Qual direção atirar quando
se esta a perder a mira?
Talvez seja alento aquele
botão start...
Play...
Play
Afinal, de que vale esse peito
se não para conceber
outro certeiro engano?
Irresistível atrativo sentir a textura
do click anuviando a vista,
e lhe consumindo as entranhas
acamado na própria tocaia.
Sobre a demência lhe vai
Caindo a rede...
Zzz zzz zzz
Tira teima desfocado...

*Vera Lúcia Bezerra Freitas
Página do Escritor
https://www.recantodasletras.com.br/poesias/6269999
Imagem Google