sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Vínculos

Eu Seria a Sereia
Se o porto do teu peito fosse o mar
Ou seria a tua miragem
Na qual te projeta na paisagem
Ah!
“Se a linha do horizonte não me enlaçasse”
E por teu sussurro vendaval rouco
Não me desvairasse, nem louca eu fosse
- Do rio eu seria a nascente vertente
Na face doce do menino corrente
Mas, quem me queda sobre o dorso desse limo
Me embebe e nas pernas me bambo
O corpo freme, elevando o embriago desse suplício
Me quebrando em ondas, arrastando profundo...
- O desconserto que em mim vedes afora
É o mesmo que me eleva e me ponde asas nos pés
Teus olhos iguais ao vento
Me arrancam re voadas á sorte que ostento
E por mais que sobre a imagem repinte
Não desmancha nem se apagam os vincos!
- Á mim basta aquele olhar redemoinho
Revendo e fim dando as curvas
Para eu em um tornado retornar
E sobre o teu colo os vínculos casar

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem GOOgle

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ecoa ai
















"Ouça o grito da Saudade
Nesse vem cá ouvir os tambores daqui
Essa vontade de saber dos

Teus minuciosos barulhos
Do desarrume que ficou por ai
Ouça o grito silencioso
Como o desse canteiro

Te buscando
Pedindo-te jardim"
*
*
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Seja Breve, O tempo Ruge Faminto





















O tempo rugiu faminto

A sua garganta é um labirinto retorcido
O viajante em freqüente zam zás
No espaço apertado que vai lhes arrancando algo
O tempo não tem hora, não tem nome, inexiste!
Um zumbindo atrás de multidões
Encontra-me confessa de contestações
Tanto do quanto que resto da tua boca
Com estes eu seria uma cidade de canto á canto deveras
-Tens muito para tecer por aqui, ruas, esquinas
Avenidas e entre quadras lotadas

- O que ele me diz quando me toma de salto?
"Um dialeto não basta aos moradores aliados”
Não se curvam aos seus apelos por milênios traçados

São arredios aos fatos!
A Vida que corre

O Tempo á arrasta
- Mas de boca vazia não larga nem parte...
Tempo é vida puxando a ponta
Do fio das têmporas, das bordas dos embainhados
Que se resolve ali
Quase que impercebível á petiscar

*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem GOOgle

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Meu Delírio

... Delírio
É a plantação do recital que
Cultivo em meu jardim surreal...
Ah! Minha majestade
Hora dessas é tempo de colheita
Brindemos em taças de lírios...
Em abundância, sirva-me
O éter da tua boca, que eu, quando solta
Percorro por labirintos sinuosos para te colher
E te planto flor no meu seio
Lugar teu no infinito do ser
Aonde tu recitas a gloria de um céu descamisado...
Corteja-me flamas Sol, em Si de amor
Refletem as estrelas do a mar
Onde me sustenta o delírio de poeta
Que ainda dorme, e sonha
Com os aromas das palavras
Que saltam da tua boca e me engole
... Pudera eu
Não me embriagar, conseguir ouvir...
E nenhuma loucura me levar
Por esta poesia no meu peito não saltar
Ao retornar aos canteiros de ti...
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem GOOgle

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Fantasia

É engraçado?
Porque me enfeita de vida, me desperta
E mostra o reluzir dos teus agrados?
Só comecei á gosta agora destas
Portas e janelas escancaradas
Ainda estou aprendendo á adentrar
É tão encantador que eu seria capaz de
Vestida para esse balé, eternamente te louvar...
O que quer dizer essa poesia inacabada
Que tanto embriaga, me enche as narinas
Brinca no meu peito de esconde, esconde
Acelera esse e outros aromas
Sabores e vontades, reais?
O que queres me falar?
"Tenho mesmo que ler, que ser"?
Vou te deixando o mais belo
Dos teus presentes, para traz!
"A criança de bochechas rosadas
De vigor extrapolando em peraltice...
O dourado dos cabelos, na fronte grudados
De sorriso integro e uma alegria de há pouco
E do nada, não me vejo mais ímpar
Sem os adereços da veste, sem os adornos dos bordados
-Parece agora mais culto, menos amarrotado
Quem o veste?
... Vem cá, que esta peça tão rápida é tua
Sem aplausos, Toma o Palco
Que preciso me sentar para assistir, pois
Sou apenas fantasia, não há de
Doer nem chorar...

Vera Lúcia Bezerra Freitas
FANTASIA
Imagem GOOGLE

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O Beijo

O BEIJO

Guardo teu beijo, terno beijo, na memória.
No inverno cinza, a despedida, último adeus.
A solidão ficou; mataste os sonhos meus
de reviver os lábios teus, ah, doce história!

Amargurando o teu partir, fiquei sem paz.
Amor desfeito, até a folhagem dos capões,
no farfalhar da tarde, aviva as ilusões,
sob canções maduras, belas, outonais!

As estações se sucederam desde então!
Alma constrita, olhar perdido no horizonte,
eis-me monástico, variando em vil mudez!

Trago a utopia torturando o coração;
sob estertores, fraco, almejo que desponte
grata esperança de beijar-te uma outra vez!

*Antonio Kleber Mathias Netto
Imagem Google

No Íntimo do Ser

No Íntimo do ser
Como de eu saber
Sem antes saber de ti...
Quando o verso insinuou-se para ser
Os deuses cogitaram a Poesia
Envolveu a euforia de todos os sentidos
Á contadora de historias
E os ecos que te sentiam
Depositou no canteiro de primavera
E lá os embala com os teus mimos
Com olhares cor de horizonte
No repouso intimo do ser
O teu sentir
Que aguarda o sol nascente de si
Para acordar florida
No ente de ti
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sem Postagem

Tu bem entendes desta fome
Percorre todos os cantos deste piso
E jaz se dela comem, consome!
Neste plano, neste caminho do nada
Sem postagem tua, sem imagem, sem mim
Sinto o frio de a lâmina atravessar meu corpo
E nesta a morte de um não, de um sim.
Eu olho esta página vazia
Eu querendo estar por traz dela
Passar e tocar - te derrepente
Bem perto e assanhar teu juízo
Mas
Cerraram meus lábios as palavras
Serra em meu infinito a loucura
Repouso meu mundo surdo, relendo as horas perdidas
E às vezes eu tenho vergonha...
Então; eu choro pelos meus lamentos pedidos
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Em Flamas no Peito

Tua flama encanta
É Belo o poema que arrasta cá poeira
Que inflama quando remexes o solo
Coberto de bichos famintos que devoram!
Que hora não avista da tua janela
Mesmo que se eleve na ponta dos pés
A fome que é antiga senhora...
Não olhas!
Ouço-te com o mais límpido sentir
O teu aroma atiça ao se esfregar nas mucosas
Desalinhando os passos ligeiros de outrora
E hora, me aperta a luxuria em silencio
Que desagua arrancando o encosto da comporta
Colibri cobiça o jardim e as tuas fontes
Quando traz em tua língua a minha sede
Sou ainda mais faminta
Por jasmim replantado de agora
Que cultivas com os teus olhos viçosos, lá fora
Pois cá dentro não me ver, não me ler... Não olhas...
*
* Vera Lúcia Bezerra Freitas *
Imagem Google

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Poesia aos Teus Pés

Dai-me um acento junto
Aos teus pés, oh majestade!
E com os teus candeeiros
Para em eu mirar
Traga-me mais destas
Tuas porções embriagantes
E mágicas
Para irrigar o meu coração
Seja breve!
Antes que as mariposas
Plagiem o meu pensar
E cirandem ao teu redor
As minhas aventuras!
Deixe o meu mar transbordar
O que mais os meus olhos
Conseguiriam ver
Se o farol se apagar...


Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Plena Noite e Dia!

Quando no poeta a poesia afrouxa o peito
Ele se agarra aos versos como sendo uma ponte
E o poeta chora ao encher o rio do teu ser vazante
Que em correnteza segue arrastando
A intimidade do teu ser
Nutrindo as pautas do poema que desagua
O Navegante vaza...
Do raiar ao findar o dia
Além desse mar que se dá aos passantes
"Um Acorde Poesia
"Dorme poeta"
Que eu vou bordando de lilás os teus sonhos
Deita na ciranda dos meus braços
Aconchega-te com o lençol dessa noite...
Amanheça em um olhar que a ti refletes como sendo sol...
Pois amar o impossível, é se permitir ao mar se lançar
Na plenitude do verso se afogar...
*
* Vera Lúcia Bezerra Freitas *
*Á poesia, Contadora de Histórias...
Imagem Google

Veneno de Curas

Eis um ser que se busca
que não sabe de si
e quando encontra o que busca
logo descobre que
era aquilo que buscava
o buscador
Aquele que se funde com o buscante
e assim, o que se quer
já se tornou o "querido"
e o querido mais do que o se quer
está dentro mesmo do ser "querente"
um ente vivo que mesmo fora
trás dentro de si este eu que se externa
e quão cheio vazio sente que está
e vazio pensa-te cheio sendo
em ti então não há diferença
ênsia ou semântica
apenas uma híbrida auditiva semelhança
entre o silêncio e o grito
ouve-se um chamado à diferença
meio fim e começo

José Nildo de Souza Souza
imagem Google