sexta-feira, 31 de julho de 2009

Flor do cerrado


Planto-me no calor desse chão
Pra enganar meu coração
É certo que esse “ar" é quente demais
É só ventar, e vais!

Queria mesmo era estar ai
“deitar-me no capim do seu jardim”
Seria tão bom dormir
Ou simular uma sena quase assim...

"Sentir o aproximar das tuas mãos
Tocar o vermelho desse chão
E ouvir um resmungado de si
Ao arranhar os teus dedos em mim"

Bem que podia cair
Uma das sementes despeça
Dessas que parecem bailarinas...
E se plantar na cintura da menina

Ver o germinar e o enraizar...
Crescer, florir e fazer sombra
Para que tu possas aqui descansar
Na fartura do abraço que te ronda...
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas

Código: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4557566
Imagem Biblioteca Pública de Brasília-DF

terça-feira, 28 de julho de 2009

Chão à frente de vera

Arranco a vestimenta
E eis que...

Deveras
limpem os pés pra entrar...
É,
Hora dessas agente
Pode até se encontrar
Em qualquer tempo ou lugar
Assim como as gotas de chuva
Que se fundem, sem avisar

Como poeira solta, que
O vento torna ainda mais leve
Sabe-se lá
Quando um sopro pede passagem
Para ventilar a ramagem
Dos ouvidos tombados ao chão

Agente que se diz acordada, há de despertar...
Sei o que sonhei, do que acordar?

É preciso chover
Orvalhar por sobre as entranhas,
Que esperam os raios decerto do sol

“ por certo arderemos” de paixão
Esta terra quente e húmida

E as trepadeiras se enroscando
Sabe onde?
Aos pés de bambu...

Ou ainda
Barco á deriva alto mar, poucos salvas vidas
Muuuita gente “bonita”

E muuuita gente... feia...
Sei lá... sabes?

Vera
Imagem "Eu" mesma
Vera Lúcia Bezerra Freitas

Semente do Barulho

























Ciranda de flores coroa e perfuma o céu.
Eu passarinho-me acento no centro do ninho
Extasiada!

Provo-lhes
Pétalas de mel
Riacho doce vertente rio da emoção

Terra carmim coração...
Onde se banham os anjos

O tambor que Deus nos deixou
Para gente ter um “jeito festejante”
de dizer que amamos

Vera
Imagem e arte "EU"
Vera Lúcia Bezerra Freitas

http://deveraspoesia.blogspot.com/

domingo, 26 de julho de 2009

Agreste do Planalto

Meu regresso para a vida é
“Também com ele a morte”...
Na estiagem do planalto
Meu agreste emborca a sorte...

O ver ter o verde entre os vales
Nestes desvios de rio
É apenas mais uma sinuosa para
Humidade ou seca a vista desta grota

De que me valem?
Traga-me você para eu beber
Teus devaneios se chocando aos meus,
Os atritos dos arabescos nos fazendo rir
Tragara-meeee
“Para eu comer para eu vestir”
Leva me, como sendo
O meu azar ou a minha sorte
Despindo minhas investidas por certo
Ainda me gostas...

Abre -me a janela, a porta para as floras
Aonde as meninas mergulham
Estilhaçando o desejo no espelho dos olhos

Farta-me nesse riacho
Arranca-me desta estação estiagem, deixa-me
Na lembrança ao menos o verde miragem...

Vera Lúcia Bezerra Freitas

segunda-feira, 20 de julho de 2009

ESTRELA NA POESIA APONTA O CÉU















Maestria
Deixe que eu te diga, este fôlego não é meu
E se o fordes
Resta-me soprardes agora

Que não fira os teus ouvidos
Ao roubar-lhes os sentidos
A urgência que me habitas
rompem as estradas a buscar-te

Adentro minha gruta sagrada
Sem ar...e lá
Tecem-se as histórias nervosas
E nada vestem
Despe-lhes o fogo carmim
E os corpos impacientes eclodem

Surta-lhe o peito
O esmagar do abraço
Que pedes que implore...

Em ardência as bocas se empossam
O poeta e a canção se engolem
Sem fôlego, sem voz!
“Não choram só coram”

... E o silencio extravasa a alvorada
A maestria em êxtase aponta o céu pra glória
E as vertigens os levam embora...

*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem: José Bruno Rodrigues dos Anjos
Página dos Escritor: Recanto das Letras
Código do Texto: T4756543
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/4756543

sábado, 18 de julho de 2009

Tempo fugaz

O meu olhar mais
Precioso curva se para
A generosidade de tuas atenções
Para o calor de tuas palavras

... Toma os meus braços despidos, te abraço
Calando o meu exagero
Que a poesia não pede...

Vão eles...
Saltam as minhas sementes ao vento...
Que ele as leve por ai
E em algum
Lugar possam se plantar...

Fica neste enlaço de silencio
E dorme em meio às margaridas
... Para não ouvir a fúria
Do barulho da vida voraz!

O que esta por vir é tão próximo do que passou
“O despertar é um canteiro de aromas”
Que agente planta nos
Acordes dos ressonares
E o tempo é fúuuugaz
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google
*

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ver, tendo a montanha


Quero a
Montanha e sua simples cidade
Nela uma roda gigante

Quero ainda a
Montanha russa
De um céu descamisado
Descer, subir, tocar
As nuvens...
Ter menos idade

Quero deitar no colo do culto
E ler para o matuto
Beijar o romântico
Sorrir com o tosco

Quero ver- ter, juízo de fora
E nus, no Grajaú acordar
Namorar a tua arte
Sempre que a orquestra
Tocar- me...

Vera Lúcia Bezerra Freias
Imagem Google

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Sem medo de sorrir, de sonhar

Tava ai!
Teu ombro se dando
Sugerindo lua de lã...
Deitei-me
E agora esse cheiro
O conforto dos braços, sonhei?
Quero te sentir aqui
Ao redor da vida
Correndo para nos abraçar
Sem porta pra bater
A vida seguindo a gente
E agente sorrindo da vida
Dos riscos apostos a nos agarrar!

O medo do lado de fora
e o peito desnudado a tentar-nos!

O calor invadindo os sentidos
Queimando as reservas dos cercados
Para despojar-nos noutro chão

O orvalho vertendo
Enchendo os poços de toda região...

Abandono-me bem ai, nos
Teus dês conselhos a banharem-me
Quebrando os joelhos sem me rogar

E ainda hei
de tragar o hálito dos teus sorrisos
e o colar aqui no meu ar
Expirar- te, respirar... pra vidaaaa

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

domingo, 12 de julho de 2009

Acorde-me em teus olhos


O hálito da noite é gélido
A fera na selva da janela se acolhe
Farpa- lhe em seios a mata fria...

Ahh!
Radiante seria se te acordasses um
Dia e vierdes me buscar!
Mãos cheias de floripôndios
Poesias saltando
Pra me agradar...

Céu pra se crer, e
Chão vermelho para plantar-me

Dentes de leão, em
Larga boca a avançar-me!
E garganta abaixo
Shuaáaaaa...

“Afogar-me na saliva”
Que brindei...
E onde mais se foram às línguas
Que sem dor, devoram-se...
*
Mas e esses longos cílios
Cortinando os teus olhos!
Abres
E me acorde...

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

Lua de lã

sábado, 11 de julho de 2009

Doçura do vento bolinando

Não sei ler mais do que
Um mero pedaço de mim
E para que mais?


Com isso já me queimo em um inferno...

Esta é a minha terra
Onde as unhas arranham
Os arabescos...

*
Água doce
Para refrescar a moringa?

Vera
Imagem Google

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Olhos d’água

Olhos d’água

No ser tão vertigem
Á vinda da chuva a esperar...

Nesse reteso por vinco
O equilíbrio á terra se dá

...Foi regando pelo caminho
As flores, os tantos bichinhos
E os quantos romeiros pedindo!

...só agora pode se atentar
Tanta reza por um destino!
Rogam em votos pra plantação

Que agora não pode

Molhar, gota em gota, e aos pouquinhos...
Restou sereno matinal
Morrendo de dor
No solo escaldante do trigal

Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Leitura na Mesma Altura

O terço que canto é mantra
A corte entende
“Meu rei, minha rainha”...

Ousei bolinar o teu véu de letras
Quantas aves, Maria?

Deveria me cansar com o esbravejo
Dessa cantoria aqui no meu seio...
Mas, fui me afeiçoando!

Aves, Maria,
“É tempo de ouvir a voz de dentro”
esse emoldurado de vícios sorrindo
“desse apuro” sendo retratado
Pelos redemoinhos destes dedos
A ponta do lápis pedindo espaço
No branco do papel

Sem aves Maria ... Aqui o ar é puro

“Trevas” é a cegueira perniciosa
E não tem nome de demônios
Grafitei empório místicos
lindossss, até floriam “outrora tão hora”
Na franja dos meus cílios te via!

Bendito é o fruto da luz, vou-me, já
Com os estrondos de a agonia dormir...
Passem dias, passem noites!
Pasaras sem penas

Mais uma pedra no terço, e bis
Um rabisco de luz para o “eu”
Enxerga o foco, o grafite
Marcando o papel branquinho
E a poesia á quebrar linha, vai sumindo
sumindo


Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google

No Palco

A canção não se firma
Se despede a maestrina
Guarda os braços, e o coral se senta

Arrisco um fiasco de voz
Mas a garganta
Craquela, inaudível
Trava o coro seco de paixão,
E os teus ouvidos nem ouviram
"Couro seco tem beleza não"?

A língua sedenta se emborca á fonte hibisco
o carmim das teias eriçam e "branco fica”
Te vejo envergar á uma outra platéia

Noutra arena o encanto,
Toma o “Aplauso das mãos”

“Atrás do palco, me amargo fel”
Universo despeço...

Talvez assista a nebulosa em meus olhos
Talvez minta, não vê as bolhas dos meus pés
Marchando no tira teima,
Talvez essa versão te surta o corpo
E não mais foque a tua imagem, noutra fonte

Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google

Conflito

O olhar não faz jus á criatura
Cheia de crenças

Pudera ao menos uma mão
Arcaica abrindo covas
Plantando regas de esperança
Assim; como é o horizonte
“Cheio de olhos verdes”
“Formosura sem moldura”

Eu vejo “eras”, e é
Gritante o reforço do verbo
Na pele judiada do
Sujeito... “Eras”
Sem o valor que o preze

“Só” o Cícero é rogando
Quem mais titularia o altar
Por oferendas tão calejadas
Por dobradiças cheias de fendas
“que mal se sustentam”?

O olhar é um espírito crítico...
Na ponta do tato, redemo“inhos”
Que não empoeiram o planalto

A boca que avisto, tem o fundo negado
"quase de encontro ao chão”.

*Vera Lucia Bezerra
Imagem Google

SER TEU AMOR

















A poesia que eu devoro me devora!
Meus olhos percorrem o deslizar dos Teus pedidos
Querendo estar dentro destes
Chegam-me como pétalas passeando
hora suave, hora picante sobre a minha face
provocando a malícia e adoçando os meu sentidos...
Teu sabor! Sonhar... E sonhar... 
Ouça o quebrar dessa barreira ,“
a minha nudez”
se desfazendo em versos aos teus olhos mortais.
Eis me ai...
Debruce sobre mim, e com a fome dos
teus dedos desenhe sobre o meu corpo
Os teus arabescos secretos...
Afunde a textura dos teus lábios sobre meus seios,
São seus, não vê a leitura Intrínseca
pulsando “ esse sempre” bem aqui?
Toma o rosado dos botões, diz as palavras sagradas

 pra findar meu mártir minha alquimia. 

Vera Lúcia Bezerra Freitas