domingo, 28 de junho de 2009

Do Centro da Palavra...


















A canção rouca
desperta o poeta e
Afrouxa-lhe o peito

Banham-se os sentidos
no éter, e o que era dia
Virou noite poesia!
Ele se deita
No céu das minhas ilusões

desatando-as!...
Desse os teus pés pra
pousar no sonho...

Toca meus lábios

Torna seu o meu batom...
Vi-me nele borboleta sobre flores!
Beija flor embriagado por teu mel
“poesia que me desperta”...
E o poeta se atira ao vão do seu coração
E sem ter galhos pra pousar... Ahh!

...Pudera ao menos
Os braços de mar para me afogar, e
Eu já te amava á

Céu aberto... Sem precisar acordar...

Vera Lúcia Bezerra

Imagem do Google

sábado, 27 de junho de 2009

Vera Lúcia Bezerra


Tem horas que o
Vocabulário do poeta
Aperta-lhe tanto o peito
Que ele não consegue
Nada mais engolir!

E por ser ele e coração
Uma coisa só, podia ser
Fácil enfiar a mão no peito
E o arrancar dali...
Partir-se e partir

Vera

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Incógnita





















Iguaria que
Ao longo dos versos,
Sobe-me á cumeeira
Desalinhando, enviesando
Outras idéias,
“Veste-me”

Daninhos, o chão
Despe-me


Incorpóreo nada sutil,
Em ramas

Abre-me o busto,
Devora
Antes do susto!

Chamas
As parábolas intrínsecas...

Ama-te em caractere

inverso


Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google

http://deveraspoesia.blogspot.com/

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Há Sol

A canção pode achar
o acorde ouvido
E perceber o SI
esconder-se
Da terra que se alinha ao chão...
A gruta da alma é sem som
Qual morador seria tão leve
Para planar aqui?
Do centro da vida
derrama-se um estranho
Incômodo apertando as paredes em seio
O espelho da alma é um céu nebuloso
Condensando...
Se espremendo...
"Que destrocem sobre os telhados”
E lave a morada dos sentimentos
Tornando-os ainda mais dourados e férteis
E eu te seja leeeve, bela acolhei ta
E assim, a rigidez dos nós
Vão desatar como laços de cetim
Sem precisar medir forças
Com os dedos, pois quem quer se ferir?
Qual medo teme a morte?”
É só se despir”
Pra agente sorrir...E ela partir
Descanso o pensamento com um olhar
Compriiido para o nada
“Para o futuro que não sabe de mim”
Apenas para lembrar os meus pés
Que não saiam da trilha
Em frente!
Sobre os destroços da estação que passa
E o novo ser, será como flor de maio...
Vou lembrar-me de sentir o perfume
Na janela sem filtro
*
Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google

domingo, 21 de junho de 2009

Voz braços, Laços

Lanço-me ao
Altar da poesia, musa
No balanço do acervo, dos vôos

Copa de flores, botões túmidos o aroma
das rosas orvalham

Galhos que se estranham
Em minhas assas arramham

Camuflando-se as falas
em arte, a vista gira em volta de
Um mundo a parte

O corpo do verso sangra
Nas aventuras que falam
De sonhos que se infintram
Nas almas dos poetas, e
Que não se calam


Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google
http://deveraspoesia.blogspot.com/

SILENCIO

Não te salvarei das palavras inquietas
Das minhas confisquei a
“Promessa de calarem”

To falando com DEUS

Teu ouvido para meu silencio... Abriu
Adentro um soneto repetido
Parecendo cantar a dor
Nada dizem?

Que o mantra se preste aos credos
Primitivos, E?
...Afirmo não arrastar as asas
Duvide do estado vertente
Se a poesia tem asas, busca ninho
Mesmo o corpo ausente ainda é passarinho
E do bico, eco pó poeta
“Nem anjo nem colméia”
To mais pra serpente

Ora - cão arrastar a fome, rugir manso
“Adormecer a magreza da fera”
Ser Integra não tremer a boca
Pois, sussurros são gritos
Que acordam os sonhos aflitos
Surdos, mudos perdidos

Vera Lúcia Bezerra

http://deveraspoesia.blogspot.com/

sábado, 20 de junho de 2009

Rabiscando Arte

Faz frio
Nas pontas
Dos meus dedos
A inspiração me olha melancólica
Tingindo a tela do instante de si

Faz frio!

Eu digo-lhes
Peço apenas um verso tinteiro

Cheio do líquido vida
Pra que eu possa me molhar
Pintar um céu vermelho
Fazer-te um trono, rainha...
Estrela pulsando cá

Meu coração anseia arte
Tem cúbica, volúpia... Inquietação!

Peço mais uma paleta

Sirva-nos, nela o verso borbulhando
Já embriagado, cheio de doçura, para que
Amanhã eu não precise os borrões
De a boca apagar...

Deite-se sobre a arte remetida à alma
Para que juntas, minha
Imaginação e "eu" possamos mergulhar


Dispa-se das rezas, dos credos...

Sinta esse chão se desenhando
Pinceladas de aquarela deslizando
Contornando as curvas
Deslumbrada com a soltura da arte
*Ao realizar-te!

E aos “teus pés, a assinatura beijar”

*Vera Lúcia Bezerra
Imagem Google
http://deveraspoesia.blogspot.com/

sábado, 13 de junho de 2009

Ciclo de Fogo

Embebedo pelas
Tramas desta boca
De c a e i r o
“domas o gosto

Embebido”
Emirjo lambendo as crispas
Cuspindo a fumaça
Que trago da tua boca
Na Garganta o gosto do
“Poço que afundo aos

Sons de outrora gemidos”
E que agora
Apertam-me o peito...
Os feitos, os gestos...

O fogo!
Da lenha
Sou o que me resto,
Murmúrios burilando
As cinzas
Faiscando ainda
Os meus ouvidos!

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagens Google

Lençois em Camadas

Os lençóis em que
Deitas-te tem frestas de céu

Que pedirias á noite, luar, chão?
Dormes?
“não”
E já te em poças afoitas
No em seio do sonho

Ao ser-te deserto
Ser-te ausente, decerto quer não...
A veste é alva, aguenta não!
Se o Sol
Ressonasse na nascente
E a noite dormisse no raiar
E se tiverdes olhos, ainda assim
Em camadas
Nada via, a derme ardia afogada!
O grito se perdia em ecos nos rasgões
Pra dormir nos ossos
O ouvido queria, pedia para os dedos
Nos espaços vazios
Em que te faltas enviesar
Afobada, os dentes se mordiam
Os lábios tremiam
Por boca em vontades de veras
Gemido de frio calar...
*
Vera Lúcia Bezerra
Imagem google

Creio em Voz

Há os que divagam
Os que estão em baixo do mármore
Os entre ventre!
Nestes os primórdios pensamentos nadam
Aguardados ou aguardam condutores?

Nos canais obstruídos penso...
Penso naqueles encurtados...

Eu creio em voz, transmissores
Estremece dores das armaduras
Tritura dores, poliniza dores
Que não se isolam, ferramentas
mãos e braços
Abrace-me, abrace-me!

Penso que são por estas
Frestas ou rachaduras que
Fazem-se colheitas de alma, escapes...
Bem sei que vago na lentidão onde amargam
Espremidas, se chocando com os disse não disse
Multidões cegas, Ah prece, ah Deus!
Mas, quando digo que creio é por ver o que fazem
As enchentes nos “meus” pés
Os redemoinhos despenteando-me
Levando a cor dos meus cabelos...
Nublando o mel dos meus olhos...

Já que -me levas incessante a face que
Não seja pra levantar muros de lamentações
Que não seja feio saber da minha, das tantas prisões

Creio naquele chamado dilúvio
Que fulminou o coração de um homem
E levado por uma ferramenta Fé
Esculpiu a tua embarcação

Tomara que eu não seja minha barreira
Envesgada... E
Que os meus ossos sirvam para armar as
Trepadeiras da vara feijão
Talvez saibam tão belo prado, sem mais
Pensares, pensares, pesares
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google