terça-feira, 15 de março de 2022

COMO EM ONDAS




Sem juras de amor a melodia não é doce

Seu refrão é como pendulo

Que diz, desdiz, mas foi- se


É como lua que emborca árduos tragos

Engolindo as estrelas, envolta a manto fado...

Nos esconderijos de sugestivas vontades

Os sentires são cortantes, procriam são majestade


E nas suas idas que partem como foice

Estagnados desatam sangrias do ontem virado.

E até os mais sutis poros, se enchem, viram riachos

Arrastam enxurradas, vazam as margens


Cá, entre becos que o pareiam e esmaga

O silencio retoma voz, o repente escapa.

Como felinos rugindo exsudando vivacidade,

Noutras ondas maresia, novos acordes rumo cidade.


*Vera Lúcia Bezerra Freitas

Página do Escritor: Recanto das Letras

Código do texto: T7473511