domingo, 26 de fevereiro de 2012

CONFABULAR

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Queda o ser, o céu desmancha
A alma se banha no breu, incrédula!
O âmago dilacera acolá...
A linha do tempo se parte, ele vaga...
A humanização á contra gosto é pra metade
Acostumada às fábulas
A escassez da flama sem o brio daquele horizonte
Estrela derradeira noutro lugar
A noite reina cegando a fera enjaulada...
A fé é em voz, poesia ressalva
Das historias e suas reticências
Sem limite a imaginação e seus pesares...
"Mas não dos gemidos vorazes
Bicho é pedra bruta pra lapidar".
Pobre poeta na contradição!
Em frangalhos passa anonima
A surdina leva o Martin em seu seio...
Lançou a taça ao poço
Encheu-a!
Da procela que lhes rasga a garganta
Fere ríspida, embarga dessa vez mortal!
Ele desaba no amar tempestuoso
Burilando o seu ventre boreal vazio
Delírios ainda murmurantes entre os seios
Mas, é tarde, entornou- a!
Deitas entre um e outro zumbido
Fecha os olhos, os ouvidos se calam...
A garganta se aperta...

- Em algum despertar ha de ser transparente
Tomara durma eternamente
DeVera de coisa alguma...
*Vera
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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Pés de Vento

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Pés de Vento
Sem o embriago de dogmas, sã e não santa
Não me fazer de rogada ou heroína
Ser poeta
Em tua boca me servir do que eu quiser
Engordar com o repertório de tua lábia
Mergulhando na cachoeira de tua saliva
Nesta hora que me sugeres
Enxugar-me na maciez de tua língua...
Na nascente onde acorda o dia!
“Cá, ouvir a tua voz, que em mim chamas”
Sentir-me como estrela SOL
Ter grandeza de mundos em teu cintilar
Tirar dos teus lábios o meu fôlego
Que nos ventila os movimentos da vida...
E em meu ventre um sopro se
Transformar em um planeta
Com as formações e semelhanças divinas
Aspiração una dos mortais... Mas
Sou apenas o caractere de poeta
O Pé de vento e o telhado aluado
No peito o elementar de tua crença
A estrela projetada, no sempre palco
Como uma peça se formando, deslocando as cenas
... Ensaios repetidos que te focam
E repisa-te no seio
Em cada novo poema uma taça á Dionísio
Oferenda de verso santo
E o embriago queda na boca do poeta
E as palavras viram nisso
E o texto profundo, revira, mergulha e nada

Vera Lúcia Bezerra Freitas
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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Menino Meu Rio


Menino "Meu" Rio
Meu dengo me amole, devore!
Emerjo em desejo, bambo as pernas
DESLUMBRO-me!
Escorrego para o seu colo
O Corpo freme em ondas de calafrios
Embarque que arrasta profundo...
Trampolim da tua língua
Lambo-te...
Em piruetas, em travessuras
Mergulhando, me desmanchando
Em tua boca...
Garganta abaixo me afundo
Em desejos que acedem velas
Desfazendo a direção...
Ao revoar dos teus anseios
Nossa canção...
As tiaras do teu semblante
Agora tateio em minhas mãos...
E na correnteza das tuas veias
Ondas Teimando, guiando
Pra lá,... Pra cá,... Fusão
“Formoso é o céu, canduras
É teu meu corpo afã
Para os teus lábios sedentos de língua
Tais quais os meus
Úmidos de maresia pura paixão “...
 
*Vera Lúcia Bezerra Freitas
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