quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

VIDA E CORAÇÃO
















Era para ficar em silencio
Emudecida para qualquer 
Intenção do coração,
entre elas as mazelas
invenções ou dramas.
Mas o pensamento
foi distorcendo
o ente dissolvendo
vivendo por viver
sem se dar conta.
Vez e outra nos espanta
com seus enigmas apronta
ao dar fim ao faz de conta.
E já é hora de partir
sem aviso, só a conta
a vida vai abreviando.
Noutro instante
viçosa e embriagante
chega cheia de firulas
a vida grita nos beijando...
Ainda que sem saber 
das reticências nas curvas
quando vem tal chuva
acoberta de candura
enxurra qualquer criatura
as vezes com pétalas e mel 
noutras de forma cruel...

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Página do Escritor: Recanto das Letras
Imagem do Google

domingo, 13 de agosto de 2017

PÉS DE VENTO























Sem o embriago de dogmas, sã e não santa
Não me fazer de rogada ou heroína
Ser poeta
Em tua boca me servir do que eu quiser
Engordar com o repertório de tua lábia
Mergulhando na cachoeira de tua saliva
Nesta hora que me sugeres
Enxugar-me na maciez de tua língua...
Na nascente onde acorda o dia!
“Cá, ouvir a tua voz, que em mim chamas”
Sentir-me como estrela SOL
Ter grandeza de mundos em teu cintilar
Tirar dos teus lábios o meu fôlego
Que nos ventila os movimentos da vida...
E em meu ventre um sopro se
Transformar em um planeta
Com as formações e semelhanças divinas
Aspiração una dos mortais... Mas
Sou apenas o caractere de poeta
O Pé de vento e o telhado aluado
No peito o elementar de tua crença
A estrela projetada, no sempre palco
Como uma peça se formando, deslocando as cenas
... Ensaios repetidos que te focam
E repisa-te no seio
Em cada novo poema uma taça á Dionísio
Oferenda de verso santo
E o embriago queda na boca do poeta
E as palavras viram nisso
E o texto profundo, revira, mergulha e nada


*Vera Lúcia Bezerra Freitas
Página do Escritor: Recanto das Letras

domingo, 30 de julho de 2017

DESENHANDO O ENCONTRO


As marquinhas do grafite
contornam a crença
do poeta,
e quando chegam
ao sagrado
quedam sobre
a tua boca,
minha curva predileta...
Oceanos se formam,
Mel e sal em abundância,
As ondinhas dançam
Horizontes delineiam-se
para alcançar a distância
As estrelas se acendem
iluminando o encontro,
Junto aos tornozelos
de Vênus
renovo a minha fé
deitando o meu singelo verso
e te espero reverso

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: Recanto das Letras


segunda-feira, 24 de julho de 2017

TODA ESSA COISARADA













Esboço do rascunho
demência imagem
em fragmentos áridos,
Ruídos sem sombras
nem passos,
almaços enfadados
ao lado.
Truculência do estado            
desassossego
que assombra
o peito
acomete o corpo
adoece o sujeito
e embarga
os mesmos fatos.
Permeando no tempo
mancando desfigurado
sem soma, inexato.
Nem sopro ou vento
poeira, paisagem
nem credo
devolve a paz.
Rodeios alheio
enovela quilômetros
lentidão e o caos,
Em macha bandeira
na engaja os feridos
adornos doídos
no ultimo apelo
sangrando a alma.
Planície, planalto
umidade escassa
frio seco
chão craquelado,
Pele esturricada
Ar, ar, ar
Cheiro de pinho
Ipê,
parque da cidade
folhas secas
Flores rosadas
Sementes rasteiras
Arvores desfiada
Céu inteiro
Nuvens em prata
Ar, ar
Cenário em pauta
Desinteirado
Interface degrado
de o brado,
 ar...

 *
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: Recanto das Letras
Imagem do Google



domingo, 23 de julho de 2017

AMIGO
















Tentei não dizer nada,
abrandar as palavras
que do peito fazem abrigo.
Parecia tudo direito
Eu repetia a minha
certeza em alta tom
para os meus ouvidos.
 “hei, amigo não é para ficar
revirando aqui dentro
perturbando os sentidos”...
"Amigo",
fico sem jeito
mas preciso lhe dizer
que me abateu tal surdez
e até deles eu duvido,
nem zumbidos...
Arredias palavras!
As escondidas criaram asas
debandando por ai...
E o coração, quem diria!
Não ficou pra traz
por algo tão voraz
aceitou correr o perigo...
Ta feito,
reconheço o descuido meu,
perdoa os absurdos
a falta de jeito
Hora, até o peito
perdeu o respeito
conspirou e me traiu...
Se cuida,
que soltos vão os sentidos
se te encontrem,
adeus amigo
*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem: Google
Pagina do Escritor: Recanto das Letras

domingo, 9 de julho de 2017

SER SEU AMOR







A poesia que devoro me devora!
Meus olhos percorrem
os deslizes dos teu pedidos
querendo está dentro destes...
Chegam como pétalas
passeando hora suave,
hora quente sobre minha face,
provocando a malícia
e adoçando os meus sentidos...
Teu sabor! Sonhar... E sonhar...
Ouça o quebrar dessa barreira,
“minha nudez"
se desfazendo em versos
aos teus olhos mortais
Eis me ai...
Debruce sobre mim
e com a fome dos seus dedos
desenhe sobre o meu corpo
os seus arabescos  secretos
Afunde a maciez dos teus lábios
sobre o meu seio, é seu,
não vê a leitura intrínseca pulsado
o “sempre” bem aqui?
Toma o rosado dos botões...
Diga as palavras secretas
ao perdermos os sentidos
para findar o meu mártir
minha louca alquimia


*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem do Google

Pagina do Escritor: Recanto das Letras

domingo, 25 de junho de 2017

ADEUS, SEM DEUS

Imagem relacionada


Não cabe Deus no lugar
É o silencio estridente
dor em lamento
sem garganta pra soar,
É um abandono solitário
de não caber
em nenhum lugar,
Uma truculência no peito
um vazio sem alento
e uma dor desmedida
que a saiba mensurar
O mar sem o doce do rio
O rio represado do mar
Adeus, não é de Deus
não cabe Deus
no lugar
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor - Recanto das Letras
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/6036638
Imagem : Amanda Cass/ AJ Cass

segunda-feira, 22 de maio de 2017

AINDA EMBEBIDA




















Embebo pelas tramas desta
boca de carcereiro
“domas o gosto embebido”,
Imerjo lambendo as crispas
Cuspindo a fumaça
Que trago da tua boca
Na garganta o gosto do poço
Que afundo aos sons de
outrora gemidos
E que agora me aperta o peito
Os feitos! Os gestos, o fogo!
Da lenha sou o que me resta
Murmúrios burilando as cinzas
Faiscando ainda em meus ouvidos
*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: Recanto das Letras


domingo, 14 de maio de 2017

NA MIRA















Te direi na linguagem dos homens
o conteúdo do peito me esmaga
Impermeável a alma o ruído
que arranca o fôlego e a pele estilhaça
*

Sem rodeios na linguagem
a flecha certeira é na língua
e na direção em que aponta
Acerta a esquerda da imagem
*
Me arranco antes daí
com os enovelados de contos

que neste terreno inóspito
amontoados não vinga ...
*
Não roubaras mais os sentidos
Incinerados e do peito banidos
Nem fuligem ou sobra derradeira
que lhe ouse dá vida miragem.

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Página do Escritor - Recanto das Letras http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5999200


terça-feira, 9 de maio de 2017

TEU FLUIDO DE GURI

 :

Teu corpo inexiste Guri
a mente vai construindo...
Arteira seguindo...
Quero me misturar a essa
sua essência,
Escorregar por essa garganta
desvendando cada esconderijo
Quero curar as dores da alma
e do corpo os gemidos
Quero o mundo desmoronando
e o céu caindo...
Na caída da noite
a inquietude nos despindo 
esses pirilampos cintilando
e ondas surgindo....
E o corpo ruindo,
E eu encontre o mel
que sacie a minha vontade
de ser moldada em suas mãos
e satisfazer os instintos 
em seus fluidos de guri...

*
Vera Lúcia Bezerra Freitas

domingo, 9 de abril de 2017

ENGRENAGEM

 














Vou seguindo assim distraída
enquanto a banda passa
o encantamento toma
conta do lugar!
É bom dar risadas...
No de repente!
As peças giram
tudo muda de lugar
em meio aos redemoinhos
e temporais é difícil
não se arranhar,
“O que sei desse vai e vem
é o meu imaginário”
fadado a tantos não sei o que.
Sou esse viajante 
de milhões de passos,
e ainda me passo ausente,
e é até tocante parecer
que em um instante
se pode tocar e sentir tudo!
No seguinte, sentindo de tudo
não saber lhe tocar.


*Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5966316

domingo, 29 de janeiro de 2017

AMANHÃ, Beija Flor

















Tomarei aquela rua
Asa norte que me destroça!
Asa sul a minha angustia!
Até ela, meus lábios eram santos
depois dela não há sol ou lua.
Até ele, era apenas encanto
hoje saudade sua
para o meu azar ou sorte,
rascunhos da mulher infante.
A lembrança se levanta
atemporal e as horas
esnobando seus encantos!
"Atordoando me agora
a  sua imagem enamorando"
Os feitos antigos do peito
A aflar a flor
Lhe aprazerá a dor de amor
com teu beijo, meu beija-flor?


*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: Recanto das Letras http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5896838
Imagem Google

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Esse MOÇO Sorrindo














Veio à frente do sol colher os aromas, 
e anunciar as nuances do dia
que eu não conhecia! 
Ao calor do seu Porto, as manobras,
e a amplitude do seu olhar
onde lançar a rede e ancorar...
Trans cedo encantamento! 
Sou a menina dos seus olhos
por seus encantos levada...
Suas mãos cheias de alegorias!
raios luminosos, ondas e maresia 
que eu aspiro como sendo vida!
Deixo a insensatez me tragar...
Embriagada com sua voz
Viajo por entre marolas difusas
Ai é um deus nos acuda!
Me puxa pela cintura e se enrosca
envolvendo-me em um abraço!
Queda sobre mim os seus lábios,
me faz perder os sentidos,
sussurrando coisas, tal qual zumbido
sei lá, talvez tão atrevidas
quanto ao que o seu copo sabe falar...
Dialeto indecifrável além mar.
“Além terra”
- Eu querendo encontrar algo
que tenha trazido comigo pra relembrar.
Talvez amanhã quando acordar...
Talvez eu volte a sonhar...



*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5879263
Imagem by  (Lê)