quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Feliz Poesia!

Entre o vão e o amar do grotão
A embarcação do poeta diante o Ser TÃO
“Se o agreste regressar vira mar"
Não há de beber até se afogar
Tocar na textura da tua prosa, tamanha viagem!
Mas ele, o poeta, não se basta, quer mais do que navegar
Almeja a musa, desfazer as mechas dos teus sonhos
Sem pesar em teu barco os novos trançados
E lhes dar a vida que sugeres bem
Vou desfolhando as tuas páginas, um olho aqui outro acolá
Se eu entendesse dos rumos... Mas, imagino que
Aqui são as tuas rotas profuuundas
- Em meu planeta redondo
É denso o bolinar do vento em meus cabelos
É balançar... Beber do mar e nausear
Quando o ritmo deste se acomodar
O verso de anos se abrirá surgindo o poema
Que vaidosamente se arruma
Se demooora para se aprontar...
O que queres dizer á flor, ou rosa dos ventos
Molhada e em meio aos borrões?
Se não fosse o embaço dos olhos, os papeis desfigurados
"Defina além das ondas Tomé"
Alem do bailar na estrutura da nau
Segues com o teu mantra em mãos, como se esse fosse
Um remo para que não te afundes
O repente do terço parece mais curto
- A boca do mar há de acordar para o cheiro
Das manhãs se misturando á maresia
Não há de engolir os náufragos famintos antes de a praia
Porto que se apronta enquanto ainda
Dormem os navegantes em
delírios...
Feliz Natal!
Feliz Vida em Poesia!

Vera Lúcia Bezerra Freitas

domingo, 20 de dezembro de 2009

Pés de Vento


Sem o embriago de dogmas, sã e não santa
Não me fazer de rogada ou heroína
Ser poeta
Em tua boca me servir do que eu quiser
Engordar com o repertório de tua lábia
Mergulhando na cachoeira de tua saliva
Nesta hora que me sugeres
Enxugar-me na maciez de tua língua...
Na nascente onde acorda o dia!
“Cá, ouvir a tua voz, que em mim chamas”
Sentir-me como estrela SOL
Ter grandeza de mundos em teu cintilar
Tirar dos teus lábios o meu fôlego
Que nos ventila os movimentos da vida...
E em meu ventre um sopro se
Transformar em um planeta
Com as formações e semelhanças divinas
Aspiração una dos mortais... Mas
Sou apenas o caractere de poeta
O Pé de vento e o telhado aluado
No peito o elementar de tua crença
A estrela projetada, no sempre palco
Como uma peça se formando, deslocando as cenas
... Ensaios repetidos que te focam
E repisa-te no seio
Em cada novo poema uma taça á Dionísio
Oferenda de verso santo
E o embriago queda na boca do poeta
E as palavras viram nisso
E o texto profundo, revira, mergulha e nada

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

sábado, 19 de dezembro de 2009

"OUT OF AFRICA" Um Eco ao Maestro


Fora de Mim
... E o homem sorriu diante a criação subtil do grande poeta
Ás vezes parece satisfeito e se inclina naturalmente como
Que para agradecer ao invés de cochilar...
Outras ele perde a direção do olhar...
Tanto para ver
“EU” ainda aprendendo a enxergar...
Pudera guardar em meus olhos ao menos
O cintilar das asas do beija flor quebrando o céu
Levando junto às meninas dos meus olhos
A bailar no arco íris que se forma até no
Orvalho sobre as pétalas das flores!
Tão curto o meu momento de êxtase!
Pudera senhor
Eu ver a ti na abundância da tua obra generosa
Como esse EU, um mundo dentro de mim para explorar
Resolver as coisas que me apequena por não saber olhar
Te enxergar em mim, e nada mais querer ou precisar
Por já ter tanto, por me bastar, então, pai
“Dentro da liberdade que me oferece”
Quando QUERO imitá-lo eu me sento aqui
Fazendo-me parte do que sou...
Mas as palavras ficam soltas sem nada eu saber formular...
EU me calo...
Será que é no silencio que me imanto de tua presença
E eu entendo a mim mesma, a poesia deste cirandar
Que mais parece um sonho?
Talvez seja por isso que ao “acordar daquele cochilo”
Eu não me acordo para recordar...
Graças por teu Jardim
E me perdoa pelas tantas vezes
Em que eu entro aqui sem pedir licença
Sem os meus pés lavar

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google
*Um Eco ao Maestro Bruno Rodrigues
Em OUT OF AFRICA

domingo, 13 de dezembro de 2009

Acqua nas Digitais


Acqua nas Digitais
Em gaiolas as agonias
Quando se ponde a lamber
As feridas que te tomas os rosnados

da face fantasmando -te
“lhes sobrara asas a este céu desacostumado”
 e de memória abandonada
A grandeza do telhado
ao libertado
*
VERA
Imagem Google

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sondar a Lua


A lua se transporta ao teu céu
E nele as constelações
As formas que criastes para me chamar
Os feitos involuntários que és cá dentro
Que me arregalam ostentações
Depraves exuberantes e lunáticos!
Voar, fragmentar, se fundir
Teu cheiro de luar
Pairando poeira sobre mim
E por inteira me sujar
Em tuas partículas o meu infinito
E entre elas nascentes são orlas
Para que te fertilizes em volta ao planeta
Toma os anéis dos mundos
Que te anelo de rios e me oportuno mergulho
Em espelho d’alma
Tranquila e cristalina
Mas que me ferve quando bebes
Igual me sente quando bebo
E quando sóbria
Sonda voz boca da noite
Que me engula em tuas tramas de poeta
Sobre o azul do meu, teu
Travesseiro de nuvem...


Vera Lúcia Bezerra Freitas

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A VIDA QUE ME TEM


vida na ponta do pé
 vida aqui não chora
vida rir tão bem que emborca
Quem não tem vida sabes bem...
A vida que me leve a quem tem
Leve e me eleve
Tão de leve que não pese
na sábia dança da lida que me leva.
A vida é o pé
O passo que ela tem
Vai e vem
Me vago dançante...
VERA

sábado, 5 de dezembro de 2009

Planalto Estado Febril


Planalto Estado Febril

“O dia se recolhe, consigo as glorias”.
Há um não sei o que eu já ouvir dizer
Em algum lugar esquecido
Como um grito de mãe
Talvez uma lamparina acesa
Que acende tal lembrança
E chama o despertar do sono
Desaperta a serosidade dos ouvidos
Destelha o verbo deveras
Despe a surrada camuflagem embebida
Enquanto o morfeu encanta com
Teu verso cortinando
o céu
E cerrando os meus cílios
As feras se agrupam,
urgindo um manto negro
Enamorando suas distorções envelhecidas

- Há uma Catedral tão perto ao acústico!
Por certo a divindade escuta
E acorda o destro sentido

Para a sonoridade dos risos sapecando
O verde das planícies
Onde dormem as tuas crias

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Vera