segunda-feira, 22 de maio de 2017

AINDA EMBEBIDA




















Embebo pelas tramas desta
boca de carcereiro
“domas o gosto embebido”,
Imerjo lambendo as crispas
Cuspindo a fumaça
Que trago da tua boca
Na garganta o gosto do poço
Que afundo aos sons de
outrora gemidos
E que agora me aperta o peito
Os feitos! Os gestos, o fogo!
Da lenha sou o que me resta
Murmúrios burilando as cinzas
Faiscando ainda em meus ouvidos
*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: Recanto das Letras


domingo, 14 de maio de 2017

NA MIRA















Te direi na linguagem dos homens
o conteúdo do peito me esmaga
Impermeável a alma o ruído
que arranca o fôlego e a pele estilhaça
*

Sem rodeios na linguagem
a flecha certeira é na língua
e na direção em que aponta
Acerta a esquerda da imagem
*
Me arranco antes daí
com os enovelados de contos

que neste terreno inóspito
amontoados não vinga ...
*
Não roubaras mais os sentidos
Incinerados e do peito banidos
Nem fuligem ou sobra derradeira
que lhe ouse dá vida miragem.

*

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Página do Escritor - Recanto das Letras http://www.recantodasletras.com.br/poesias/5999200


terça-feira, 9 de maio de 2017

TEU FLUIDO DE GURI

 :

Teu corpo inexiste Guri
a mente vai construindo...
Arteira seguindo...
Quero me misturar a essa
sua essência,
Escorregar por essa garganta
desvendando cada esconderijo
Quero curar as dores da alma
e do corpo os gemidos
Quero o mundo desmoronando
e o céu caindo...
Na caída da noite
a inquietude nos despindo 
esses pirilampos cintilando
e ondas surgindo....
E o corpo ruindo,
E eu encontre o mel
que sacie a minha vontade
de ser moldada em suas mãos
e satisfazer os instintos 
em seus fluidos de guri...

*
Vera Lúcia Bezerra Freitas