terça-feira, 15 de março de 2022

COMO EM ONDAS




Sem juras de amor a melodia não é doce

Seu refrão é como pendulo

Que diz, desdiz, mas foi- se


É como lua que emborca árduos tragos

Engolindo as estrelas, envolta a manto fado...

Nos esconderijos de sugestivas vontades

Os sentires são cortantes, procriam são majestade


E nas suas idas que partem como foice

Estagnados desatam sangrias do ontem virado.

E até os mais sutis poros, se enchem, viram riachos

Arrastam enxurradas, vazam as margens


Cá, entre becos que o pareiam e esmaga

O silencio retoma voz, o repente escapa.

Como felinos rugindo exsudando vivacidade,

Noutras ondas maresia, novos acordes rumo cidade.


*Vera Lúcia Bezerra Freitas

Página do Escritor: Recanto das Letras

Código do texto: T7473511


quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

GIRA MUNDO



Gira mundo,
roda gigante,
vá longe ...Volta 
o que tenho dito,
que não existe um único adeus suave.
Na volta
liberta o meu coração
da dor do desafeto, 
doutros abandonos,
pouco caso.
- Por onde anda o eu semelhante, 
a fidelidade de tantas palavras?
Volta mundo!
Que já fostes muito distante,
venha sorrindo
que te preciso amoroso.
conta-me com riqueza os fatos;
Saberiam os corações 
tudo o que hora, cabe num abraço
além das suas particularidades?
Seja breve, 
tenho andado com tanta preguiça 
que tenho dado preferência ao silêncio.

*Vera Lúcia B. Freitas 
Página do Escritor: Recanto das Letras.