Navego em caudalosas fontes,
rubras ondas adentram o meu peito,
Minha alma mergulha na euforia,
emergindo leve, sorridente e dançante!
Nesta, te afirmo os vis maremotos;
"nevoeiros sussurradores da discórdia".
Por tantas vezes a garganta gemia...
faltava-me o ar... olhos ardiam...
Dia por dia, agradecida, acendia a lamparina,
na matula meus aís, uma pitada de coragem,
tinha a chama como guia.
Ciente da imensidão de céu,
do horizonte após o nevoeiro,
de luz, bem acolá,
depositei ali, aliás, a minha fé legítima.
Sem desculpas, persistindo.
A dor meci por anos sedenta,
que sequer contei...
Olha,
- A truculência que parte, e aparta, nem tudo é um tial,
o abecedário é doído, legítimo.
-Escrevo lhe, como sendo carta de amor;
*meu amor,
Perdoa a ausência desses dias sem pausa,
sem sequer um cadinho de trova pra desanuviar a vista.
Hoje sobre esse céu imenso e límpido
levantei-me não mais figurante.
Viro a página para acrescentar
trechos fragmentados da minha passagem ali.
A essência encandecida, é sabido que não era eu...
Trago comigo cicatrizes ainda sensíveis,
cada uma com seu teor,
"Mas o coração, que é um guardador de amor,
Casa para beija-flor, borboletas, querubins"
é candeeiro de jardim.
Olha eu,
emergindo ao som de insistente cornetas
anunciando essa primavera que se revela...
Afora, acolho-vos caudalosas palavras,
que hão de ser poesia e, bem o sabes,
não me ausento aqui.
*Vera Lúcia Bezerra Freitas
Página doEscritor: https://www.recantodasletras.com.br/escrivaninha/publicacoes/editor.php?acao=ler&idt=7689313