sábado, 24 de outubro de 2020

RETRATADO...


Fim de tarde e ainda há sombras
o olho teima, mesmo que saiba desviar 
já é sabido que não me consta nada
além, para espiar...
Uma taça e uma garrafa
mais nada que o retrate
na mesa vazia algum recado.
Vai a imaginação,
pudera eu tocar com as mãos
falar os absurdos do coração
háa, já na exaustão...
Madrugada por vir
os olhos mareiam sem destino
por nessa hora não saber de mim.

Se eu dormir, se talvez acordar
amanhã será mais uma armadilha
nada me constara,
se não esse alguém que me leva
pra essa ausência que deixa a vagar
sem de fatos algo nas mãos.

Sonhos desconexos,
delírios e frases descompassadas...
Coisa antiga sem porta retrato.

Amanhã não irei levantar
suposto que não vou me suportar.
Porque deveria cambalear
se não me alegro um dia a mais?

- Digo algo meloso á sofrença,
para ter uma última frase no ar?
Tá.
"Toma esse silencio proposital"
que Eu prefiro ficar a desenhar,
a descrever as faces que me consta
sobre essa pauta amassada
aonde me deito contemplando
o vazio ao meu lado
sem enxergar quase nada,
ciente apenas que haviam
tantas outras ideias por aqui
parecendo se completar...
E já que não sou dona de mim
e não há contagem do tempo, 
atiro a pena a tua página...

*Vera Lúcia Bezerra Freitas
Pagina do Escritor: Recanto das Letras
https://www.recantodasletras.com.br/poesias/6206929





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