sábado, 13 de junho de 2009

Creio em Voz

Há os que divagam
Os que estão em baixo do mármore
Os entre ventre!
Nestes os primórdios pensamentos nadam
Aguardados ou aguardam condutores?

Nos canais obstruídos penso...
Penso naqueles encurtados...

Eu creio em voz, transmissores
Estremece dores das armaduras
Tritura dores, poliniza dores
Que não se isolam, ferramentas
mãos e braços
Abrace-me, abrace-me!

Penso que são por estas
Frestas ou rachaduras que
Fazem-se colheitas de alma, escapes...
Bem sei que vago na lentidão onde amargam
Espremidas, se chocando com os disse não disse
Multidões cegas, Ah prece, ah Deus!
Mas, quando digo que creio é por ver o que fazem
As enchentes nos “meus” pés
Os redemoinhos despenteando-me
Levando a cor dos meus cabelos...
Nublando o mel dos meus olhos...

Já que -me levas incessante a face que
Não seja pra levantar muros de lamentações
Que não seja feio saber da minha, das tantas prisões

Creio naquele chamado dilúvio
Que fulminou o coração de um homem
E levado por uma ferramenta Fé
Esculpiu a tua embarcação

Tomara que eu não seja minha barreira
Envesgada... E
Que os meus ossos sirvam para armar as
Trepadeiras da vara feijão
Talvez saibam tão belo prado, sem mais
Pensares, pensares, pesares
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

Um comentário:

  1. Chave de ouro:

    "...Que os meus ossos sirvam para armar as
    Trepadeiras da vara feijão

    Talvez saibam tão belo prado, sem mais
    Pensares, pensares, pesares..."

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