segunda-feira, 16 de novembro de 2009

TELA


Um traço que me arranhe profundo
E te pinte próximo a ela dor...

Pincel fino e seguro
Mergulhe alem dos tons, e que o permita
Ultrapassar a paisagem obscura

E de vez em outra...
Mãos te abusem, mas que estas
Mão me errem no contorno das margem
Onde persistem as ramagens e flores
E o artista ausente de si silencie, por achar beleza
Ao se despir para amar a imagem
Escalando insano a ti mesmo, que és tal qual miragem...

Hastes desfolhem
Cruzando de canto a outro
Uma era de si para que te aprontes
E encontre
A aquarela refeita aspirações!
“Na imagem”
Pinceladas desabem vigorosas combinadas
Escalando contra os borrões que formam, que deformam

E a arte sem parede se apronte!
Então o artista mira os teus olhos
E se abandona num mergulho sem fundo
Na profundeza que te guardas
O pincel o alcance
E se lance como flecha em seio
Tingindo de incolor o autor...
Quem há de crer ou ver a autenticidade da arte
Nesta densidade?

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário