sexta-feira, 14 de maio de 2010

Ciclo

Quando sou multidões
*
Amanheço no físico
E a pedra sem peito queima na mão...
"A alma tende a fugir do corpo"
Puxo os teus pés , pousar ou voar, então?

"Passos rendido sem asas dão-lhe penas"
Lá se vão das minhas mãos...
Longe de mim esfumaço
Encho as narinas e pulmão!

O peito distendido e infante
Enfarta no descompasso da noite
Uma luz que vela se apagando
E um morador sufocando!

Me apoio nos cotovelos
Os dedos que encubem os lábios
Entre eu e o branco da tela
Enlinha disfarces que em branca os cabelos
A divergência cega e gaga me vaga

O mel dos olhos craquela
A voz embarga inaudível
A caixa do peito se estreita
E o morador dali dilacera

Parte-me ao meio e parte o chão
Parte a metade de mim...
La onde surge o jardim
Dor meça a flor da ilusão

Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

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