Quedam os véus do olhar, ser disponível pra vida
Hoje amanheci em guarda,
No peito uma rebelião estende vigília
Rondas em volta ao poço de auguras
Vazante e sem fundo...
Parecendo crônica sem curas...
Meia sem apreço e resfriada
Encobrem em traje mudas
Que tão logo despiras
Hoje pareço não existir!
Os passantes não fazem barulho
E o meu corpo é tão leve
Que flutuo sobre mim...
Não lastimo por não ter voz
Por não diferenciar os resmungos
Das bocas que gesticulam
Que coisa alguma me dizem
- Hoje me amanheci mudada!
Não me achei nem me perdi
Na radiografia da vida,
Pois ontem eu não existia
Mas hoje!
Meu
momento de poço vazio
“é
o instante que mais me acho”
Hoje resolvi me transferir
Tirar de guarda as roupas
Vestir-me de rubra transparência
Que de tão larga me folga
Hoje me espaço dentro de mim
Planto instantes flores, colho jardim
Rosas transladam pra alma
Anjos e Estrelas brincalhonas se engraçam!
Hoje renasci Bailarina! Lila Anjum
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
imagem Devera
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário