domingo, 9 de maio de 2010

Caindo Na Boca da Noite

CAINDO NA BOCA DA NOITE, Shuáááá

Á meia luz quase vejo!
Vem caindo à tarde ao sol poente...
Observo o poeta que me parte, bem sei que te vais...
Por mais que sejam finas as frestas
Por ela adentra ou escapa...

Pudesse, enlaçar-te-ia com a linha do horizonte
Teceria esse incêndio pra nos queimar...
Mas tantos são os nos velar
Que haja chama para não se apagar...

"O Poema" aqui, repisa os adornos dos pilares
Vira a noite, chama pro dia
De estrela transmuta-se
Em almejoso peixe, para em tua cheia
Seiva de vida mergulhar
Eu sóbria me alertaria não cair na malha fina da rede
Mas é tão inspiradora, refinada queda
Sobre o acolchoado dos lábios!
É, quando encena em mim a louca
Engulo os nós e os arremates, e cuspo o ungüento
O que só a lábia do poeta
Cativa em canteiros de poesia desata

Planto-a nos dourados da tardinha
Germinas em minha garganta verde
Coberta de orvalho, e ainda meio sonolenta
Espreguiça nos braços do sol

Nascente descoberta pela procela
"Distorções do poeta"...
Que quando assim se sente
O teu seio é como a prole in ventre querendo saltar
Ele é todo anseio e desejo
Aqui se curvando, sedento se serve
Oferta-lhes a oferenda lábia
E agora?
Embriagada com os adereços que traja
Qualquer logística bambo leia
Em minha leitura parábolas...
*
Vera Lúcia Bezerra Freitas
Imagem Google

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